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sexta-feira, 15 de abril de 2011

Os Cabedo (V): Gonçalo Mendes de Vasconcelos Cabedo

Gonçalo Mendes de Vasconcelos Cabedo, segundo génito de Miguel de Cabedo e D. Leonor Pinheiro de Vasconcelos, irmão do dr. Jorge de Cabedo, nasceria de 1555 a 1558. Não degenerou dos ilustres ascendentes «o seu admirável engenho, na fácil compreensão com que, na Universidade de Coimbra, penetrou os embaraços da jurisprudência canónica. Recebendo o grau de bacharel, foi admitido a colegial do Colégio do Real de S. Paulo, em 21-abril-1579. «Nesta célebre academia, fez patentes os tesoiros da sua profunda sciencia, quando subiu a regentar a cadeira de sêsta, de que tomou posse a 13-novembro-1582, donde passou á do decreto, a 2-maio-1587. Cónego doutoral da sé de Évora, renunciou o cargo, com licença da Universidade de Coimbra, a favor do seu tio Diogo Mendes de Vasconcelos. Depois de ser deputado da inquisição de Coimbra, em que foi provido a 29-dezembro-1580, e da inquisição de Evora, a 23-janeiro-1590, nomearam-o desembargador da Casa da Suplicação, onde entrou a 29-novembro-1494. Exercitou, na cúria romana, as atribuições de agente dos negócios da coroa, por ordem de Filipe II. Conciliou, ali, «pela sua natural benevolência e discreta conversação, os afectos das primeiras pessoas daquela grande corte, principalmente Clemente VIII, pois o criou referendário de uma e outra assinatura, e protonotário apostólico. Volvendo á pátria em 1599, instituiu um morgado, com a obrigação de usarem, os seus possuidores, o segundo apelido – Vasconcelos. «Como a capela-mor da igreja paroquial de Santa Maria da Graça, matriz da vila de Setúbal, fosse jazida dos seus maiores, alcançou faculdade pontifícia, no ano de 1596, quando assistia em Roma, a fim de que ficasse privilegiado, para sempre, o seu altar, das almas do purgatório». Sucumbiu em junho de 1604.
Referem-se a Gonçalo de Cabedo – Nicolau António Bibl. Hisp., tomo I, pag. 427, col. I; João Soares de Brito, Teat. Lusit. Lit. Lit. G., nº 20; D. Nic. De Santa Maria, Cron. Dos coneg. Reg., liv. 10, cap 15; Carvalho, Corog. Port., tomo 3º, trat. 7, cap. 1, pag. 295; D. Jozeph Barboza Mem. do Coleg. Real de S. Paulo, pag. 93; o Archiath Lusit., 19.
Preparou: - Diversorum júris argumentorum libri tres – Conimbricae, apud Antonium Barrerium – Typ. Reg. In Universitate – 1594, 4º Dedicado a Jorge de Almeida, capelão-mor. Escreveu a dedicatória, em Evora, a 7-dezembro-1591.
Reeditou-se, a supracitada obra, em Roma, apud Dominicium Bassam – 1597, mas oferecida ao papa Clemente VIII. No fim, traz o tratado – De sentetiis inquisitionis. Ditára-o em Coimbra: - Diversorum júris argumentorum, liber IV. Romae, apud Guilielmum Facciotum – 1598. 8º Dedicou-o a D. Cristóvão de Moura, marquês de Castelo Rodrigo, comendador-mor de Alcântara, conselheiro de estado, gentilhomem da câmara do príncipe de Espanha – De Antiquitatibus Lusitanae, libri quatour, a L. Andrea Resendio inchoati a Jacobo Mendes de Vasconcelos, absoluti, o quintus liber de Municipii Eboresenses antiquitate ab eodem conscriptus. Cum aliis opusculis versibus, o soluta oratione ab eodem Jacobo Mendes de Vasconcelos, Michaele Cabedo, et Antonio Cabedio elaboratis. Quae omnia collegit, emendavit, ae Typis flumina industria commiset Doctor Gundisalvus Mendes de Vasconcelos, o Cabedo Lusitanus. Romae, apud Bernardum Bassam – 1597, 8º, - Vita sanctissime Elisabethae Portugallii reginae. M. S. Oferecida á sereníssima D. Margarida da Aústria, quando estava para ser corada rainha de Espanha.
Conhecem-se também diversas das suas postilas universitárias – de 1583, 1584, 1586.
PAXECO, Fran, Setúbal e as suas Celebridades, 1930, p. 12-13

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