.

.

domingo, 29 de dezembro de 2013

D. Pedro Fernandes Sardinha


D. Pedro Fernandes Sardinha nasceu em Setúbal nos fins do século XV, possivelmente, segundo D. Duarte da Costa em 1496. Foram seus pais Gil Fernandes Sardinha e D. Lourença Fernandes. Diplomou-se em Teologia na Universidade de Partis, pelas alturas de 1528, sendo depois Mestre das Universidades de Salamanca e Coimbra.

Passando à Índia exerceu naquele Estado o importante lugar de Provisor e Vigário Geral, sucedendo a D. Miguel Vaz. No nosso Oriente foi companheiro e amigo de S. Francisco Xavier com que assistiu aos últimos momentos do ínclito e heroico Vice-Rei D. João de Castro.

Foi mesmo graças à amizade de S. Francisco Xavier que o seu nome foi indicado ao Papa, por D. João III, quando o «Piedoso» entendeu fazer ver à Santa Sé os inconvenientes de o Brasil estar eclesiasticamente incorporado na diocese do Funchal, que destarte se tornara uma das maiores da Cristandade. Foi eleito Bispo do Brasil em Fevereiro de 1551 pela bula Super specula que criou a nova diocese de S. Salvador.

D. Pedro Fernandes Sardinha chegou à cidade de S. Salvador da Baía, em 22 de Junho de 1552. Homem de virtude íntegra e grande inteligência, que havia sido na Índia um admirável cooperador da obra da Companhia de Jesus, não entendeu no Brasil a acção ilustre e benemérita dos jesuítas e daí o seu governo ter sido cortado por constantes incidentes com os grandes construtores do Brasil moderno. Todavia a sua obra de moralização e disciplina religiosa da grande nação irmã, ainda hoje ocupa, e justamente, com louvor, algumas páginas da história brasileira.

Chamado à Corte em 1556, por causa das suas discórdias com os padres da Companhia partiu para a Metrópole a bordo da Nau Nossa Senhora da Ajuda que naufragou nos baixios de D. Rodrigo, próximo da foz do Cururipe, a seis léguas do S. Francisco, no dia 16 de Junho de 1556. O infeliz Prelado, bem como os seus companheiros, foi devorado pelos selvagens caetés no arroio de S. Miguel.

in PAXECO, Óscar, Roteiro do Tríptico de Luciano. Setúbal, Câmara Municipal de Setúbal, 1999.

0 comentários:

Enviar um comentário