Passando à
Índia exerceu naquele Estado o importante lugar de Provisor e Vigário Geral,
sucedendo a D. Miguel Vaz. No nosso Oriente foi companheiro e amigo de S.
Francisco Xavier com que assistiu aos últimos momentos do ínclito e heroico
Vice-Rei D. João de Castro.
Foi mesmo
graças à amizade de S. Francisco Xavier que o seu nome foi indicado ao Papa,
por D. João III, quando o «Piedoso» entendeu fazer ver à Santa Sé os
inconvenientes de o Brasil estar eclesiasticamente incorporado na diocese do
Funchal, que destarte se tornara uma das maiores da Cristandade. Foi eleito
Bispo do Brasil em Fevereiro de 1551 pela bula Super specula que criou a nova diocese de S. Salvador.
D. Pedro
Fernandes Sardinha chegou à cidade de S. Salvador da Baía, em 22 de Junho de
1552. Homem de virtude íntegra e grande inteligência, que havia sido na Índia
um admirável cooperador da obra da Companhia de Jesus, não entendeu no Brasil a
acção ilustre e benemérita dos jesuítas e daí o seu governo ter sido cortado
por constantes incidentes com os grandes construtores do Brasil moderno.
Todavia a sua obra de moralização e disciplina religiosa da grande nação irmã,
ainda hoje ocupa, e justamente, com louvor, algumas páginas da história
brasileira.
Chamado à
Corte em 1556, por causa das suas discórdias com os padres da Companhia partiu
para a Metrópole a bordo da Nau Nossa
Senhora da Ajuda que naufragou nos baixios de D. Rodrigo, próximo da foz do
Cururipe, a seis léguas do S. Francisco, no dia 16 de Junho de 1556. O infeliz
Prelado, bem como os seus companheiros, foi devorado pelos selvagens caetés no
arroio de S. Miguel.
in PAXECO, Óscar, Roteiro do Tríptico de Luciano. Setúbal, Câmara Municipal de Setúbal, 1999.
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