Embora natural de Ponte de Barca, onde nasceu, à volta de
1540, pode e deve ser considerado setubalense o grande Cantor da Arrábida, que
na mística serra viveu a maior parte da sua vida, vindo a falecer em Setúbal em
14 de Março de 1619.
Filho de Diogo Bernardes Pimenta era irmão de Diogo
Bernardes, o cantor de O Lima. Antes de se fazer frade franciscano serviu na
Case do Infante D. Duarte, filho de D. João III.
Poeta de excelsa inspiração, Frei Agostinho da Cruz deixou
uma vasta e notável obra que o coloca, sem favor, entre os maiores poetas
místicos, que ilustram as várias literaturas.
Lírico dos mais suaves e enternecedores, toda a sua obra é
um grande e admirável cântico de amor. Amor de Deus e amor da Natureza, e por
isso mesmo das mais belas e altas expressões da Poesia portuguesa.
«A lira de Frei Agostinho – diz o Prof. Dr. Mendes dos
Remédios – é impregnada dum sentimento tão sincero de verdade e de naturalidade,
que impressiona profundamente. É a alma dum verdadeiro crente, resignado,
compassivo, amorável que nos desvenda em cada página».
…
«São versos que têm alma e fazem sonhar alcandorando-nos até
onde se não sente o rugir da fera humana, como se nos fosse dado mergulhar
naquele indefinido descanso a que tanto aspirou o autor que os escreveu com o
seu grande espírito de Poeta e de Crente».
0 comentários:
Enviar um comentário