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segunda-feira, 2 de junho de 2014

Manuel Fran Paxeco

Entre os setubalenses que com mais deslevo e amor se debruçaram sobre a história do nosso burgo tem lugar de primeira plana, ao lado de Manuel Maria Portela e de poucos mais, Manuel Fran Paxeco.
Natural de Setúbal aqui nasceu em 9 de Março de 1874, sendo filho de José Anastácio Pacheco e de D. Carolina Amélia Pacheco.
Dedicando-se ao jornalismo começou por colaborar na Gazeta Setubalense, ao lado de Portela seu redactor principal. Mais tarde fundou o Elmano de que saiu apena um número. Passou depois para a imprensa da Capital sendo redactor político de A Vanguarda, dirigida por Alves Correia. 
Republicano desde sempre, mercê de razões políticas emigrou para o Brasil onde continuou a sua actividade jornalística. Vinte dias após chegar a terras brasileiras fundou no Rio de Janeiro o jornal República Portuguesa. 

Com a proclamação do novo regime, entre nós, foi nomeado Cônsul de Portugal em S. Luís do Maranhão, cidade em que residia e onde casara, constituindo família. 
Quando do conflito dos poveiros, do Pará, em 1920, foi enviado pelo Governo português assumir a sua gerência do consulado neste Estado, a fim de solucionar, como solucionou, a complicada e grave questão.
Mais tarde foi transferido definitivamente, para o mesmo consulado, aqui permanecendo até vira para a Europa, onde ocupou os postos de cônsul, primeiro em Cardiff e depois em Liverpool, última missão diplomática que exerceu no estrangeiro, donde recolheu à Secretária do Ministério no qual prestou serviço até se aposentar.
Fran Paxeco deixou vasta bibliografia, mais de quarenta volumes, sobre assuntos literários, históricos e económicos além de inúmeros artigos em jornais e revistas.
Para nós setubalenses merce especial registo o seu trabalho Setúbal e as suas celebridades em que o escritor, pode dizer-se revelou à nossa gente o elenco magnífico e ilustre das nossas figuras notáveis, algumas se não inteiramente desconhecidas, quase completamente esquecidas. 
Setúbal e as suas celebridades foi publicado em Janeiro de 1931 por iniciativa da Comissão Central da Exposição Regional, de 1930, presidida pelo Dr. Carlos Botelho Moniz. 
Manuel Fran Paxeco, que era cidadão honorário de S. Luís do Maranhão e doutor «honoris causa» pela Faculdade de Direito da mesma cidade, faleceu em Lisboa em 18 de Setembro de 1952.

in PAXECO, Óscar, Roteiro do Tríptico de Luciano

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