“Inaugurado em 21 de Dezembro de 1871. O monumento é de mármore branco, mede 11 metros d’altura e é formado de ma columna corinthia, sobre quatro degraus oitavados. Sobre o capitel está a estátua do poeta, medindo 2 metros d’altura. Representa-o de cabeça descoberta, inclinada em tom de meditação, capa pendente do hombro esquerdo, tendo na mão direita uma penna e na outra papel.
O capitel é bem lavrado, tendo uma lyra em cada face.
No pedestal, do lado sul, lê-se
“A. M. M. BARBOSA DU BOCAGE
ADMIRADORES SEUS
PORTUGUESES E BRAZILEIROS
M.D.C.C.C.L.X.X.XI
Do Elmano eis sobre o mármore sagrado
A lyra em que chorava ou ria amores…
Ser d’elles, ser musas foi seu fado!
Honrai-lhe a lyra vates e amadores!
Do lado nascente:
Doou-me Pheba aos séculos vindouros;
Deponho a flor da vida e guardo o fructo;
Pagando á vil matéria o vil tributo
Retenho posse d’immortal thezouro.
Do lado norte:
Este com quem se ufana a pedra erguida,
Ah! Se encontrou com sonorosas cores…
Já Bocage não é! Não sois, amores!...
Choras-lhe a morte, celebras-lhe a vida!
Um nume só terrível ao tyranno,
Não à triste, mortal fragilidade,
Eis o Deus que consola a humanidade,
Eis o Deus da razão, o Deus d’Elmano.”
A Estatua é obra do esculptor Pedro Carlos dos Reis, e o monumento foi feito na officina de Germano José de Salles, em Lisboa. A subscripção no Brazil foi aberta pelo conselheiro José Feliciano de Castilho Barreto
e Noronha, a pedido de seu irmão o visconde de Castilho.
ALBINO, José Maria Rosa, Roteiro da Cidade de Setúbal, 1892
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