.

.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

A roda do sal de Setúbal (Portugal)

A investigação realizada procura responder à proposta de trabalho estruturadora do II Seminário Internacional sobre o sal Português, que elegeu, como temática central, “a articulação do sal português aos circuitos mundiais – antigos e novos consumos”. No caso vertente pretendemos analisar alguns aspectos do monopólio comercial português e o seu significado no quadro da evolução da exportação do sal português. Esta análise coloca, como hipótese contextualizadora, a possibilidade de introdução de factores perturbadores nos centros de produção e comercialização
portugueses, no século XVIII e inícios de XIX, frente à emergência ou hierarquização de novos centro produtores e consumidores, numa partilha de antigos e novos mercados. O estudo estrutura-se em três partes. Numa primeira define-se o conceito de monopólio na especificidade do caso português, em torno da “roda” do sal de Setúbal. Numa segunda parte, terá sentido realizar um ponto da situação dos interesses do mercado europeu pelo sal português, observando a relação de Portugal com os restantes centros produtores europeus, nos séculos XVII a meados de XVIII. Numa terceira parte, avaliar-se-ão as alterações dos circuitos comerciais do sal português (1790-1830) e possíveis repercussões na hierarquia produtiva dos salgados europeus e dos mercados consumidores atlânticos.

Neste percuro recorreu-se ao cruzamento de informação produzida por estudos realizados para outras realidades concorrenciais da produção e/ou do comércio português, permitindo-nos comparar e orientar a sua posição. A investigação da incontornável historiadora portuguesa Virgínia Rau, e de outros estudos, formam um lastro informativo fundamental, a que se acrescentam fontes manuscritas e impressas de que se elencam os relatórios de agentes do rei, memórias de académicos, economistas portugueses, de finais do século XVIII e as estatísticas do sal exportado, registado nas chamadas balanças de comércio com o estrangeiro, para o período de  1790-18313 que, não obstante a dificuldade em avaliar criticamente, a sua validade, não deixam de ser indicadores da hierarquização dos mercados.




0 comentários:

Enviar um comentário