Em 10 de Novembro de 1910, desinteligências entre elementos do Bonfim Football Clube (o mais antigo clube desportivo de Setúbal, fundado a 15 de Outubro de 1908) levaram Joaquim Venâncio, Henrique Santos e Manuel Gregório a abandoná-lo lançando a ideia da formação dum pequeno grupo a que deram o nome de «Sport Vitória». A primitiva cor do seu equipamento era calção e camisola brancos com algibeira encarnada. Pouco depois, a 20 do mesmo mês, com a entrada de Gulherme da Silveira, José Preto Chagas, Manuel Reimão, Gabriel Rouille e outros, ficou organizado o «Sport Vitória».
A desorganização então existente nos outros dois clubes setubalenses, o «Sport Club Académico» e o «Sporting Club Setubalense», trouxe ao novíssimo «Sport Vitória» os seus elementos mais preponderantes. Matos Dinis, foi o primeiro a ingressar no «Vitória», logo seguido de Mário Ledo, António Ledo, Júlio Araújo, Joaquim Gomes, Joaquim Costa, Eurico Costa e Jorge de Sousa, entre outros.
Assim, o jovem clube entrou em franco desenvolvimento. Em 5 de Maio de 1911 realizou-se a primeira Assembleia-Geral com todas as praxes, na qual Joaquim Correia da Costa, escritor e jornalista, propôs a alteração do nome do grupo, que passou a chamar-se «Vitória Football Club». Na mesma reunião foi eleita a primeira Direcção presidida por Manuel dos Santos Barreira.
Em 15 de Maio realizou o seu primeiro encontro com o «Foot-Ball Grupo Nacional».
Mais tarde, e levado pelo entusiasmo dos seus adeptos, jogou com o «Lisboa Foot-Ball Club» que foi batido por 1 a 0 no Campo do Bonfim, onde já se realizam todos os encontros.
A 26 de Agosto de 1912 filiou-se na «Associação de Foot-Ball de Lisboa», visto que a de Setúbal ainda não existia, uma vez que o Distrito de Setúbal só viria a ser criado a 22 de Dezembro de 1926.
Com a inauguração do Campo dos Arcos, em que participou uma selecção do «Sport Lisboa e Benfica», a 15 de Setembro de 1913, e com a recusa dos clubes de Lisboa a virem jogar a Setúbal, o Vitória passou a ir jogar, Domingo a Domingo, a Lisboa, e com todas as suas 3 categorias. Apesar desta desvantagem, o Vitória conquistou brilhantemente, em primeiras categorias, os campeonatos de 1922/23 e 1926/27.
Seguir-se-iam três anos de ouro, épocas em que o Vitória mostrou o seu extraordinário valor não só no país como no estrangeiro, nomeadamente no Brasil, na Espanha e na França, tendo ainda a honra de disputar jogos com outros clubes afamados da Europa.
Salientamos os encontros com o Celta de Vigo (Espanha), MTK (Áustria), Szonbately (Hungria), Furth (Alemanha), Ferencvaros (Chequoslováquia), Helsingborg (Suécia), Casuals (Inglaterra), Colo-Colo (Chile) e Vasco da Gama (Brasil).
A nível interno, o maior feito do Vitória de Setúbal Futebol Clube foi sem dúvida a conquista de duas taças de Portugal nas épocas 1964/65 e 1966/67, tendo sido finalista em mais seis edições. No campeonato nacional de primeira divisão obteve o 2º lugar na época de 1971/72. A nível externo, participou em 56 jogos através de 11 presenças nas competições europeias, 3 na extinta Taça das Taças e as restantes na Taça UEFA – que nas suas primeira edições recebia o nome de Taça das Cidades com Feira -, além da presença em vários torneios dos quais destacamos a conquista dos troféus: Teresa de Herrera em 1968, Ibérico em 1968 e 1974 e Mini Copa do Mundo em 1970, disputado em Caracas e em que participaram as equipas do Santos (Brasil), Bremen (Alemanha) e Chelsea (Inglaterra).
Setúbal 20-11-1910/Vitória Editor: Empresa de Sacos de Papel, Lda. |
in LOPES, José Manuel Madureira, Setúbal à la Minute
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