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segunda-feira, 26 de maio de 2014

Manuel Maria Portela


À frente do friso dos cronistas de Setúbal vê-se a figura do jornalista e escritor Manuel Maria Portela, um dos homens a quem a história de Setúbal mais deve e, sem sombra de dúvida, aquele que mais amorosamente tratou as coisas da nossa terra. Graças a Manuel Maria Portela e ao que nos legou, produto das suas investigações nos arquivos municipais, o incêndio de 4 de Outubro de 1910 não logrou destruir completamente todas as fontes da nossa tradição local. Filho de Manuel Rodrigues Portela e D. Dorotea Angélica Perdigão Portela, o probo investigador nasceu a 8 de Dezembro de 1833. 

Estreou-se nas letras, tendo já trinta anos, ao publica em O Correio de Setúbal os seus primeiros versos. No mesmo ano em que A Voz do Progresso verberou o esquecimento a que estava votada a memória de Bocage, tomando então a iniciativa de, por subscrição pública, se colar na casa em que nasceu Elmano a lápida que ainda hoje lá se vê. Foi desta iniciativa que, de certo modo partiu a ideia da erecção do monumento ao mais ilustre de todos os setubalenses, monumento mais tarde tornado realidade graças a António Feliciano de Castilho.
Redactor de A Gazeta Setubalense fez deste jornal um admirável repositório da nossa cidade. Autor de vários livros de versos e especialmente desse precioso Diário histórico setubalense publicado já depois da sua morte, Manuel Maria Portela deixou dispersa por vários jornais de Lisboa, Porto e Setúbal uma vasta e preciosa colaboração. Graças a ele pôde Alberto Pimentel escrever a sua Memória sobre o concelho de Setúbal, bem como Pinho Leal o seu longo e completo artigo sobre a nossa cidade no dicionário Portugal Antigo e Moderno.
Manuel Maria Portela faleceu septuagenário, em 28 de Fevereiro de 1906. Era 1º Oficial aposentado da nossa Câmara Municipal.

in PAXECO, Óscar, Roteiro do Tríptico de Luciano

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