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sábado, 17 de maio de 2014

Subsídios para a História do Jornalismo Setúbalense


Título: Subsídios para a História do Jornalismo Setúbalense
Subtítulo: Edição comemorativa do Centenário do 1º Jornal Impresso em Setúbal (1855-1955)
Autor: F. Henriques de Jesus
Editora: Câmara Municipal de Setúbal
Ano: 1955



Ao completar-se um século sobre a publicação do primeiro jornal aparecido em Setúbal, entendeu a Câmara Municipal que a data haveria de assinalar-se por alguma forma, como facto indiscutivelmente relevante da história do Município.
Embora não tenha podido fazer-se, no dia exacto, qualquer comemoração oficial, desde logo se protestou fazê-la antes de terminado o ano do centenário. E é assim que se leva agora a efeito a exposição documental da imprensa setubalense, da qual constituí valioso complemento o presente trabalho do Sr. Francisco Henriques de Jesus.
Através destas páginas, são referidos e identificados os numerosos jornais publicados em Setúbal durante um século, com indicações do maior interesse para a documentação da história da imprensa local. 
Jornais de vida longa a par dos de vida efémera; jornais de polémica violenta, ao lado dos de simples e calmo noticiário, e até dos humorísticos; jornais reflectindo a agitação ou o sossego das suas épocas, a sucessão dos acontecimentos, a mudança dos homens – tudo perpassa na exposição e, para que perdure na memória, se menciona nesta resenha que o cuidadoso interesse de Henrique de Jesus permitiu elaborar e que a Câmara na sequência da atenção sempre dispensada aos factos assinaláveis da vida cultural do concelho, resolveu editar.
Possa esta comemoração significar a nossa homenagem aos que, ao longo dum século, souberam ser, a despeito mesmo dos erros ou dos excessos de muitos, porta-vozes denodados dos verdadeiros anseios e dos legítimos interesses de uma terra que hoje nos cumpre defender; e que ela represente também um voto de confiança na imprensa setubalense dos nossos dias, para que mantenha as tradições dos que mais se elevaram no cumprimento de tão nobre missão.

Dezembro de 1955

Jorge Botelho Moniz,
Presidente da Câmara

À guisa de prefácio

Ao procurar coligir nos arquivos da Biblioteca da Câmara Municipal de Setúbal algumas notas que servissem à historiografia deste velho burgo, deparei com alguns jornais aqui publicados.
Tive a informação de que o 1º jornal «O Setubalense» saíra à luz da publicidade em 1 de Julho de 1855 dirigido por João Carlos de Almeida Carvalho, e, imediatamente publiquei em «O Distrito de Setúbal» nº 193 de 9 de Março de 1855 um local alvitrando que tal data fosse devidamente celebrada comemorando, desta forma, o 1º centenário do jornalismo setubalense.
Alguns órgãos da Imprensa como o «Diário de Notícias» pela pena do seu correspondente nesta cidade. Sr. Guilherme Faria, o «Diário do Alentejo», pelo estilo inconfundível de Manuel Envia, o decano dos colaboradores locais, e, finalmente a carta publicada pelo jornalista setubalense Óscar Paxeco, em «O Distrito de Setúbal» nº 206 de 25 de Maio de 1955, contribuíram para que eu não esmorecesse numa tarefa, não livre de contrariedades e aborrecimentos, que a mim próprio impusera.
Apontadas as razões fundamentais do presente trabalho, não isento de defeitos e lacunas, oxalá, porém, que ele tenha o mérito de estimular outros a que, com mais tempo disponível e mais qualidades de investigador, possam apresentar, de futuro, obra mais perfeita, aspiração insaciável do homem.
Ao Exmo. Senhor Presidente da Câmara, Dr. Jorge Carlos Girão Calheiros Botelho Moniz e ao Exmo. Sr. Dr. Joaquim Arco, vereador do Pelouro dos Serviços Culturais, presto as minhas mais rendidas homenagens pelo entusiasmo que souberam insuflar no meu espírito para a realização deste modesto trabalho.
A presente edição servirá apenas para relembrar aos vindouros que, Setúbal, embora carecedora dum jornal diário, tem contribuído de maneira notável, ao longo desta centúria para o desenvolvimento das artes gráficas no nosso país.
E desta forma, creio prestar as devidas homenagens a todos que, em horas de forçado ócio, de premente necessidade ou de inspiração têm deixado nas páginas do jornal, pedaços da sua alma, do seu espírito, da sua inteligência ou da sua cultura.
Pra os mortos um pensamento de respeitoso silêncio e para os vivos uma palavra de entusiasmo e estímulo dirige o 

F.Henriques de Jesus.

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