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domingo, 13 de julho de 2014

Rua Amílcar Soromenho Coelho



AMILCAR SOROMENHO COELHO (Rua) – Começa na Rua António Mota e finda na confluência da Rua Casal da Cardeira coma Rua Quinta de São José (Quinta do Sol/Manteigadas), Freguesia de São Sebastião.





Nascido a 22 de Setembro de 1893, veio a falecer com 84 anos em 27 de Junho de 1978, sendo filho de João Lino Coelho e D. Mariana Pinto Soromenho Coelho.
Era genro do professor e jornalista António Maria de Campos Rodrigues, que foi figura de relevo na nossa cidade, falecido em 1915.
Foi tesoureiro de 1ª classe da Junta Central de Portos, desde 1924 até 1964.
Em 25/9/1963 foi homenageado por todos os colegas em serviços e o Ministro das Comunicações, por Portaria, louvo-o pela “honestidade, competência e aprumo moral excepcionais que sempre demonstrou no exercício das suas funções pública”.
A sua actividade como jornalista foi extraordinária:
1915 – Redactor do quinzenário literário “A. B. C.”
1916 – Fundador e editor do semanário noticioso e literário “O Correio do Sado”.
1920 – Secretário da Redacção n’ “A Trombeta”
1925 – Direcotr e proprietário do “Boletim da Indústria e do Comércio das Conservas” (com Guilherme Faria)
1927 – Secretário da Redacção do semanário independente “Semana de Setúbal”.
1928 – Director do número especial do 18º aniversário do Vitória F. Clube “O Setubalense Sports”.
Colaborou com assiduidade na “Revista da Marinha” (1938) n’”O Setubalense”, n«”O Distrito de Setúbal, “no Notícias de Setúbal”, n”O Sesimbrense”, no “Brados do Alentejo”, n”A Indústria”, etc.
Muito entusiasta pelo desporto, fundou a Associação Setubalense de Atletismo, sendo presidente; foi membro do Comité Desportivo do Campeonato de Portugal; director da Federação Portuguesa de Atletismo; presidente do Vitória Futebol Clube, sendo fundador das suas secções de atletismo, box, rugbi e hóquei em campo; director do Clube Naval Setubalense e organizador de regatas.
Considerad a sua competência e isenção, foi júri em diversos campeonatos desportivos e delegado aos jogos de futebol organizados pela Associação de Setúbal.
No sector cultural muito trabalhou e se esforçou em prol das principais colectividades da cidade, muito relevantes na época, tais como o Ateneu Setubalense, de que foi presidente, os Bombeiros Voluntários e, muito especialmente, o Orfeão Cetóbriga, a que se dedicou de alma e coração, porquanto, além de presidente, foi o seu verdadeiro impulsionador. O Hino do Orfeão, de 1926 a 1934 considerado o primeiro do pais, tinha letra sua e começa com as palavras: “Por terras de Portugal”.
Registe-se que de acordo com a proposta elaborada pelo saudoso Amílcar Soromenho Coelho, todo o espólio do Orfeão, extinto em 1941, foi entregue à Câmara Municipal de Setúbal.
Como poeta deixou vasta obra publicada em vários jornais e revistas. Sabemos que escreveu belos poemas e lindos versos que só por modéstia nunca quis publicar em livro.
NÃO SOU POETA…

Não sou poeta, no entanto a poesia
Existe em mim, no âmago do meu peito 
Com arroubos de sonhador insatisfeito…
Ser poeta eu sinto-o, é amar a humanidade.
Com olhos de sonho postado nos céus
È viver em paz, em beleza, em fraternidade…
Não sou poeta, é certo, mas da escuridão de escombros
deste versátil planeta que tudo sobreleva e despedaça
eu fuhjo a cada passo em busca de assombros,
percorrendo em espírito o espaço sideral
e todos os requintes da própria Natureza,
todas as variantes deste manto sublime
bordado com pontos de sonho e de luz irreal
e faço-o de joelhos, em oração, como quem reza…

Não sou poeta, insisto, mas amo a terra, o mar, os céus.
O Zénite, tudo que é opulento em assombro e esplendor;
Amo o sonho que me felicita, amo a saudade.
amo o próprio amor;
e amo a Verdade;
Amo, enfim a criação de Deus…

Nota: Amílcar Soromenho Coelho perdeu a Esposa a 11/6/78 e 15 dias depois viria ele a falecer, tal a dor e desgosto, mas 2 meses antes compôs e dedicou-lhe este belo poema, de que apenas transcrevemos a parte inicial.

in Vultos Setubalenses

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